terça-feira, 18 de abril de 2017

D. Dinis

          

                 Dom Dinis (1261-1325), foi Rei de Portugal de 1279 ,até sua morte a 7 de janeiro de 1325, e um dos mais importantes trovadores medievais. Escreveu 73 cantigas de amor, 51 cantigas de amigo, e 10 cantigas de escárnio e mal-dizer. Foi um grande incentivador da literatura trovadoresca, tento se empenhado na causa, tanto de trovadores( homens que, assim como ele, compunham o texto poético e também a melodia que acompanharia este texto), como de jograis( músicos que interpretavam as cantigas dos trovadores, e por vezes os acompanhava).  D. Dinis tinha na família influência artística, visto que seu avô, o rei Afonso X também foi um trovador.
              A cantiga mais conhecida de D Dinis é a cantiga  "Ai flores, ai flores do verde pino", uma cantiga de amigo, paralelística e de refrão, e é certamente uma das obras-primas do cancioneiro  galego-português. Nela, a voz feminina que canta dirige-se às "flores do verde pino" ( que quer dizer pinheiro) e as interroga acerca do seu amado, para saber se elas sabiam de seu paradeiro. As quatro primeiras cobras trazem a donzela questionando, pois, as flores, e mostra o desespero dela para saber se seu amado iria ao seu encontro, sendo que na terceira e na quarta cobra sua pergunta se transforma num lamento que pressupõe a falta de compromisso do seu amigo. Nas cobras seguintes as flores respondem à jovem donzela, tranquilizando-a, e garantindo a ela que seu amado amigo viria ao seu encontro, na hora marcada, o que nos faz crer que a moça tivera chegado ao local combinado antes mesmo do combinado, e seu desespero com a possibilidade da falta de compromisso do seu amigo indica o quão ansiosa, desejosa e apaixonada estava a personagem, que não conseguia se conter em esperar seu amante. É interessante notar que a prosopopeia da natureza presente nesta cantiga, em que as flores falam  é algo único desta composição de D Dinis se analisado o cancioneiro galego-português.

Ai flores, ai flores do verde pino,
                se sabedes novas do meu amigo?
            Ai Deus, e u é?
  
                 Ai flores, ai flores do verde ramo,
                 se sabedes novas do meu amado?
                       Ai Deus, e u é?
  
                Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs conmigo?
                       Ai Deus, e u é?
  
                  Se sabedes novas do meu amado,
                           aquel que mentiu do que mi há jurado?
                       Ai Deus, e u é?
  
                       Vós me preguntades polo voss'amigo
                    e eu bem vos digo que é san'e vivo.
                       Ai Deus, e u é?
  
                         Vós me preguntades polo voss'amado
                      e eu bem vos digo que é viv'e sano.
                      Ai Deus, e u é?
  
                      E eu bem vos digo que é san'e vivo
               e será vosco ant'o prazo saído.
                      Ai Deus, e u é?
  
                      E eu bem vos digo que é viv'e sano
                      e será vosc[o] ant'o prazo passado.
                      Ai Deus, e u é?






Referências:
http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=592&pv=sim
http://cantigas.fcsh.unl.pt/autor.asp?cdaut=25&pv=sim
http://cantigas.fcsh.unl.pt/sobreascantigas.asp#7

Organização estrófica: Cantigas paralelísticas e de refrão.



         Quanto a sua organização estrófica, as cantigas podem ser classificadas, dentre outras formas, como paralelísticas, ou de refrão. As cantigas paralelísticas tratam-se de composições cujas cobras possuem, todas elas, a mesma ideia, porém, apresentada "com breves alterações" ( MOISÉS, 1997), com relação à primeira. Por sua vez, as cantigas de refrão tratam-se de cantigas com a presença de refrão, ou seja, com a repetição do mesmo verso( ou dos mesmos  versos) ao final de cada cobra.  A cantiga de Fernando Esquio( XIII-XIV) a seguir, trata-se de uma cantiga de amigo, paralelística, pois a ideia da jovem que admira o caçador de aves no lago,  repete-se em todas as cobras, e de refrão, dada a repetição do verso " a las aves meu amigo"  em todas as cobras: 

                              Vaiamos, irmana, vaiamos dormir
                                 nas ribas do lago u eu andar vi
                                 a las aves meu amigo.

                                 Vaiamos, irmana, vaiamos folgar
                                 nas ribas do lago u eu vi andar
                                 a las aves meu amigo.

                                 Nas ribas do lago u eu andar vi,
                                 seu arco na mãao as aves ferir,
                                 a las aves meu amigo.

                                 Nas ribas do lago u eu vi andar,
                               seu arco na mãao a las aves tirar,
                                 a las aves meu amigo.

                                 Seu arco na mano as aves ferir
                                e las que cantavam leixa-las guarir,
                               a las aves meu amigo.

                                  Seu arco na mano a las aves tirar
                                  e las que cantavam non'as quer matar
                                  a las aves meu amigo


Documentação manuscrita da cantiga:
                                                                                                                    *

Adaptação da cantiga, musicalizada: 



Referências:
*http://cantigas.fcsh.unl.pt/manuscrito.asp?cdcant=1327&cdmanu=2646&nordem=1&x=1
http://cantigas.fcsh.unl.pt/sobreascantigas.asp#6
http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1327&tamanho=15
http://cantigas.fcsh.unl.pt/autor.asp?pv=sim&cdaut=37
MOISÉS, Massaud. Dicionário de termos literários. São Paulo: Cultrix, 1997.

sábado, 15 de abril de 2017

Cantigas de Escárnio e Maldizer

As cantigas de escárnio ou maldizer representam o sentimento de delação, através da crítica por meio de satirização de um individuo próximo em seu circulo social. Enquanto as de escárnio traziam ambiguidade em seu sentido, mascarando sutilmente sua verdadeira intenção, as de maldizer simplesmente denunciavam, sem pudor algum, o alvo de sua composição, até mesmo utilizando palavras de baixo calão.

A cantiga de João Garcia de Guilhade representa a de escárnio, já que faz todo um jogo de duplo sentido e sutileza em relação ao recipiente. Foi feita como uma resposta à queixa de uma senhora por conta de nunca ser louvada nas cantigas de João Garcia. Acabou por ser louvada de uma maneira jocosa.

Ai dona fea, fostes-vos queixar
que vos nunca louv'en[o] meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei todavia;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia!


Dona fea, se Deus mi perdom,
pois havedes [a]tam gram coraçom
que vos eu loe, em esta razom
vos quero já loar todavia;
e vedes qual será a loaçom:
dona fea, velha e sandia!


Dona fea, nunca vos eu loei
em meu trobar, pero muito trobei;
mais ora já um bom cantar farei
em que vos loarei todavia;
e direi-vos como vos loarei:
dona fea, velha e sandia!



Já a de Fernão Velho caracteriza o maldizer, já que o alvo das criticas se apresenta claramente, e é ofendido veementemente. No caso, o alvo é Maria Balteira, que é dirigida bem diretamente na cantiga.



Maria Pérez se maenfestou
noutro dia, ca por [mui] pecador
se sentiu, e log'a Nostro Senhor
pormeteu, polo mal em que andou,
que tevess'um clérig'a seu poder,
polos pecados que lhi faz fazer
o Demo, com que x'ela sempr'andou.


Maenfestou-se ca diz que s'achou
pecador muit', e por en rogador
foi log'a Deus, ca teve por melhor
de guardar a El ca o que a guardou;
e mentre viva, diz que quer teer
um clérigo com que se defender
possa do Demo, que sempre guardou.


E pois que bem seus pecados catou,
de sa mort'houv'ela gram pavor
e d'esmolnar houv'ela gram sabor;
e log'entom um clérigo filhou
e deu-lh'a cama em que sol jazer,
e diz que o terrá, mentre viver;
e est'afã todo por Deus filhou.


E pois que s'este preito começou
antr'eles ambos houve grand'amor
antr'ela sempr'[e] o Demo maior,
atá que se Balteira confessou;
mais, pois que vio o clérigo caer
antr'eles ambos, houv'i a perder
o Demo, des que s'ela confessou.



Bibliografia:
http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1537&tr=4&pv=sim
http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1520&tr=4&pv=sim

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Cantigas de Amigo

             A principal característica da cantiga de amigo é a voz feminina, que canta os lamentos  da ausência do “amigo”, que é ”amante”.  Diferentemente das cantigas de amor, onde a mulher é a “senhor”  que o homem, seu “vassalo”, idealiza como algo inatingível, e que deve ser apenas objeto de um amor puro, espiritual, nas cantigas de amigo, a mulher que canta tem seu corpo valorizado, e por vezes se encontra em ambientes populares e naturais , lamentando que seu amante não esteja com ela , ou porque tenha partido, ou porque ainda esteja a chegar, e em outras ocasiões encontra-se também alegre, satisfeita com sua presença. As cantigas de amigo, embora tenham vozes femininas, eram compostas e cantadas por homens. A seguir uma composição de João Soares Coelho (XIII), uma cantiga de amigo, com organização estrófica paralelística e de refrão:
                                           Fui eu, madre, lavar meus cabelos
                                                         a la fonte e paguei-m'eu delos
                                                         e de mi, louçana

                                                         Fui eu, madre, lavar mias garcetas
                                                         a la fonte e paguei-m'eu delas
                                                         e de mi, louçana.

                                                         A la fonte [e] paguei-m'eu deles;
                                                         aló achei, madr', o senhor deles
                                                         e de mi, louçana.

                                                         [E], ante que m'eu d'ali partisse,
                                                         fui pagada do que m'el[e] disse
                                                         e de, mi louçana

                 Nesta cantiga, a voz feminina tem como interlocutora sua mãe, e para ela conta que foi à fonte lavar seus cabelos (e seguindo o esquema paralelístico em que foi composta, na segunda cobra a mesma ideia é colocada, porém, com a substituição de “cabelos”, por “garcetas” que quer dizer “tranças”), e que gostou muito de se ver, provavelmente refletida na água, isso se verifica no refrão “e de mi, louçana”, sendo que louçana quer dizer “ vistosa”. Ou seja, a sua beleza física sendo reconhecida por ela mesma, a partir de um momento “sensual” em que ela lava seus cabelos na fonte, evidencia a diferença da figura feminina presente nas cantigas de amigo, com relação àquela presente nas cantigas de amor, onde a beleza que é notada é mais interior que exterior. Depois entra a figura do homem, o amigo, que é senhor dos cabelos e que diz coisas a ela, as quais a deixam satisfeita (o termo “pagada” presente na última cobra quer dizer “contente”, “satisfeita”).


              Assim, temos um bom exemplo de cantiga de amigo, composta por João Soares Coelho, que tanto em conteúdo, quanto em forma deixa claros os aspectos próprios deste tipo de cantiga. Vale dizer que as cantigas de amigo tinham um caráter popular, e por vezes as vozes femininas presentes nelas são, provavelmente, de camponesas, e além disso, eram comumente cantadas, e feitas para isso, o que garantia sua popularização nos ambientes em que eram interpretadas. 

Abaixo segue uma reinterpretação de uma cantiga de Amigo de Airas Nunes(XIII):



Referências:
http://cantigas.fcsh.unl.pt/sobreascantigas.asp#4
http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=883&pv=sim
http://cantigas.fcsh.unl.pt/autor.asp?pv=sim&cdaut=16
http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=709&pv=sim
A arte de Trovar. Do Cancioneiro da Biblioteca Nacional 
Material produzido a partir das aulas de Estudos Literários II 1°/2017,UFJF, ministradas pelo professor Fernando Fiorese.

domingo, 9 de abril de 2017

Cantiga de Mal dizer;

As cantigas de Escárnio e Mal dizer apresentam algumas diferenças sutis em sua escrita.
Quando se é apresentada uma cantiga de escárnio, a pessoa escarnecida não consegue ser identificada com facilidade, na cantiga de mal dizer a identificação ocorre imediatamente, como é percebido na cantiga de Afonso Anes do Cotom, apresentada abaixo


Afonso Anes do Cotom:

A ũa velha quisera trobar
quand'em Toledo fiquei desta vez;
e veo-me Orraca López rogar
e disso-m'assi: - Por Deus que vos fez,
nom trobedes a nulha velh'aqui
ca cuidarám que trobades a mim.




Vocabulário:
Nulho: Nenhum;
Ca: Pois, porque;
Cuidar: Pensar;


Nota geral:
''Cantiga que continua a temática da que a precede nos manuscritos, sobre a velhice de Orraca López, aqui numa zombaria um pouco mais sutíl. A cantiga estará incompleta, mas é perfeitamente compreensível na sua brevidade epigramática.''


Bibliografia:
http://cantigas.fcsh.unl.pt/glossario.asp
http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=1614&pv=sim
http://cantigas.fcsh.unl.pt/listacantigas.asp


Cantiga de amor



  O que vos nunca cuidei a dizer
Dom Dinis


O que vos nunca cuidei a dizer,
com gram coita, senhor, vo-lo direi,
porque me vejo já por vós morrer;
ca sabedes que nunca vos falei
de como me matava voss'amor;
ca sabe Deus bem que doutra senhor,
que eu nom havia, mi vos chamei.
E tod[o] aquesto mi fez fazer
o mui gram medo que eu de vós hei
e des i por vos dar a entender
que por outra morria - de que hei,
bem sabedes, mui pequeno pavor;
e des oimais, fremosa mia senhor,
se me matardes, bem vo-lo busquei.
E creede que haverei prazer
de me matardes, pois eu certo sei
que esso pouco que hei de viver
que nẽum prazer nunca veerei;
e porque sõo desto sabedor,
se mi quiserdes dar morte, senhor,
por gram mercee vo-lo [eu] terrei.

Vocabulário
Gram - grande
Coita-sofrimento, magoa.
            Incapacidade do trovador de amar
Ca- pois, por que.
Nom – não
Gram - muito

Des - desde
Oimais - de hoje em diante
Nẽum - nenhum
Desto - disto
Mia - minha


Nota geral:

“O trovador, que se sente morrer de amor, confessa à sua senhora o que nunca lhe pensou dizer: que quando lhe deu a entender que gostava de outra (que não existe) estava apenas a fingir, por receio dela. Agora considera que, se ela o matar, será justo. Uma morte que até lhe dará prazer, porque acabará com o seu sofrimento.”

Bibliografia
http://cantigas.fcsh.unl.pt/versoesmusicais.asp?cdcant=530&vm1=128&vm2=232
http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=530
http://cantigas.fcsh.unl.pt/glossario.asp
 https://www.youtube.com/watch?v=CkzqAH8y0uY




Sobre as cantigas galego-portuguesas

       A arte de trovar, manuscrito de autoria desconhecida pertencente ao “Cancioneiro da Biblioteca Nacional” (Biblioteca Nacional de Lisboa), nos diz um pouco sobre a poética trovadoresca e a classificação das cantigas, com algumas explicações de gêneros, recursos estilísticos e práticas da elaboração das poesias trovadorescas. Apesar das lacunas encontradas no material podemos destacar e classificar as cantigas, segundo seu conteúdo temático, em três espécies, são elas: cantigas de amor, cantigas de amigo e cantigas de escárnio e mal dizer.



        Cantigas de amor: foram influenciadas pelas cantigas provençais e têm nisso uma fonte de prestígio, se apresentam de forma mais elaborada e complexa. Geralmente cantadas por trovadores nobres ou sob tutela de nobres e apresentam voz masculina. Seu tema principal é a “coita” que é o sofrimento e a tensão gerada entre a recusa e a indiferença da “senhor” ao amor que lhe é oferecido. A relação do amor é imposta pela igreja como algo espiritual e platônico. Os trovadores usam em suas cantigas muitas referências ao amor "espiritual" e ao fato de  de que não poder ver nem tocar suas amadas, chamadas na lírica trovadoresca de "Senhor". O trovador é incapaz de dizer do seu amor, e por ele preza e zela, mas apenas no seu imaginário, o amor por ele vivido foge a sua realidade.
            Cantigas de amigo: Falam sobre amor, trovadores homens que expressam a psiquê das mulheres normalmente narrando a separação da donzela e do seu namorado. A escolha lexical e a estruturação sintática são mais simples que nas cantigas de amor.  Sofrem influências das visões de mundo das classes populares, tem como tema central o amor natural da ordem do instinto, corpo e psiquê, reage contra a concepção espiritual de amor. A voz é feminina, dotada de simplicidade popular, provavelmente de camponesas, sofre influência das Kharjas (pequenas cantigas em voz de mulheres).
            Cantigas de escárnio e mal dizer: Em geral a voz é masculina, sofrem influências nobres e dos populares. São conhecidas como cantigas “satíricas”, e tem por objetivo criticar algo ou alguém. Nas cantigas de escárnio os trovadores se utilizam das palavras “encobertas” que possuam duplo sentido para que sua crítica seja registrada, mas não facilmente identificada. Já as cantigas de mal dizer se utilizam da linguagem do dia a dia, onde a crítica é identificável e utilizam das palavras “descobertas” e as de baixo calão. Observaremos abaixo fragmentos retirados da Arte de Trovar – Do cancioneiro da Biblioteca Nacional, onde apresentaremos definições ainda escritas em galego-português:
                        “Cantigas d’escarneo som aquelas que os trobadores fazem querendo dizer mal d’alguém em elas, e dizem-lho per palavas cobertas que hajam dous entendimentos, pera lhe-lo nom entenderem[...]”
                        “Cantigas de maldizer som aquela [s] que fazem os trobadores [..] descobertamente e [em] elas entram palavras  e [m] que querem dizer mal e nom haver [am] outro entendimento senon aquel que querem dizer [...]”


Referencial teórico:
A arte de trovar – Do Cancioneiro da Biblioteca Nacional. http://cantigas.fcsh.unl.pt/index.asp: último acesso em 09 de abril de 2017.

MONGELLI, Lênia Márcia. Fremosos Cantares: antologia da lírica medieval galego-portuguesa. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.
SPINA, Segismundo: A lírica trovadoresca. São Paulo: Edusp, 1996.

D. Dinis

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