O trovadorismo foi um movimento poético
e literário que ocorreu na idade média. Teve suas primeiras manifestações com a lírica
dos “Troubadours” em Provença (região
do Sul da França), ganhou repercussão e acabou se estendendo ao norte da França
com os “trouvères” e também na
Alemanha com os “Minnesingers” e na
Itália com a composição feita em provençal. Já na Península Ibérica houve três
núcleos distintos que surgiram de acordo com as regiões; O núcleo da Catalunha,
região de fronteiras próximas aos Provençais; O núcleo da região “mais central”
e o núcleo Galego – Português. Segundo MONGELLI (2009) “situou-se entre os
séculos XII e XIV a produção lírica trovadoresca europeia, sendo o século XIII
o seu momento de esplendor na Península Ibérica.”
Para
entender a natureza interna do trovadorismo é necessário situar-se na dinâmica
social europeia da época, que compreende ao Feudalismo como forma de
organização social e ao Teocentrismo como forma de organização moral-religiosa
e como eles refletiam na poesia trovadoresca. Os feudos eram pequenas sociedades
dividas entre os senhores ou suseranos (donos de terras) e os vassalos (homens
livres recrutados), em uma relação de posse, sustento e segurança. Relação essa
estritamente hierarquizada e de muito apreço ritualístico, o senhor concedia ao
vassalo um pedaço de terra como forma de contribuição para que o vassalo
pudesse produzir e ainda lhe servir. O Teocentrismo defendia que Deus era o
centro do universo e a Igreja Católica junto à monarquia utilizavam-se dessa
teoria para terem o domínio da vida da população.
O
trovadorismo como movimento literário reproduzia através de suas cantigas o que
se vivia na Europa naquela época. Em Portugal não foi diferente, após a
independência, o trovadorismo em galego – português, língua arcaica que deu
origem ao português, ganhou papel importante como a primeira manifestação
literária da língua portuguesa.
O
trovadorismo é representado através das cantigas. Isso é, a poesia cantada por
nobres e acompanhada por instrumentos musicais. As fontes das cantigas e os
cancioneiros são os documentos manuscritos passados através de séculos que
contêm as informações relacionadas as poesias trovadorescas e suas regras além
da arte dos trovadores. Segundo MONGELLI (2009) “Em galego- português restaram
apenas três Cancioneiros, mais ou menos 1664 cantigas (apenas 13 incluem pauta
musical), da autoria de 150 trovadores e jograis”. Já em provençal os
manuscritos existentes são encontrados em maior número, já que a língua era a
mais prestigiada pelos trovadores.
Referencial teórico:
MONGELLI, Lênia Márcia. Fremosos Cantares: antologia da lírica medieval
galego-portuguesa. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.
SPINA, Segismundo: A lírica trovadoresca. São Paulo: Edusp, 1996.
Nenhum comentário:
Postar um comentário